22 de fevereiro de 2009

A CIÊNCIA DA LETARGIA E DO EGOÍSMO

"Procuro nas coisas vagas ciência". Mas a ciência não parece procurar por muita coisa atualmente. O conhecimento, o poder de realizar, parecem estar enjaulados por novos dogmas que deveriam ser combatidos, assim como foi feito no passado, quando a ciência rompeu com a igreja.

Outrora queimados, excomungados, considerados loucos, para tempos depois serem reverenciadas suas descobertas, hoje o poder não mais condena as novas idéias ou desejos de mudança. Ela os castra no nascedouro, ela os aborta. Além da imensa dificuldade de se adiquirir algum conhecimento, e do fato desse conhecimento ser fragmentado, os dogmas científicos, que deveriam certificar um novo saber, simplesmente fazem com que seja impraticável a possibilidade de revelar-se uma nova idéia.

Repetidores, papagaios catedráticos, repassando pensamentos certa vezes ultrapassados ou contraproducentes, devidamente decorados dos mil, dois mil, livros que leram. Não há lugar para a sensibilidade nem para a ousadia, para a inovação ou para a desconstrução.

Hoje, como sempre, apesar de maquiar-se de democrático, o conhecimento continua a serviço do poder, monárquico de uma outra forma, dogmático e ritualista de outra, sem deixar com que as idéias populares, ou verdadeiramente inclusivas tenham vez. Continuam a serviço de si, propagando a classe dominate desses saberes e excluindo da mesma forma a massa popular, certas vezes quero crer, por pura letargia, mas de qualquer forma, sob a hedge do egoísmo, o mais antigo e o maior demônio da humanidade.

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