12 de abril de 2009

DEPOIS DO DOMINGO DE PÁSCOA

“Depois do domingo de páscoa, segunda é o dia.”. Isso é Fellini. Não o cineasta, mas a banda paulista dos anos 80. A ressurreição. Ressurgir. Uma nova vida. Acordei mal humorado sabido de que não seria um dia perfeito. Afinal nada é perfeito. Na sexta feira, por coincidência, morri. Não sei por onde andei até hoje, domingo, mas sei que é hoje o dia da ressurreição. Quem sabe?

Na verdade pouco importa. Morto andei, comi, bebi, falei, joguei, dormi, acordei. Morto vivi e viverei, até a próxima morte ou renascimento. Tenho um lema, que me remete ao produto com o qual minha mãe me entupia na infância, o “Biotônico Fontoura”: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Eu sei que isso é o salmo 22. Mas pra mim é um comercial do “Biotônico” e pronto!

Terminei o primeiro parágrafo com uma interrogação, o segundo com uma exclamação, e pode parecer que isso é acidental, obra do acaso. Não. Nada é por acaso. Não importa se um pedaço de mim morreu, ou se só um pedacinho está vivo. Com ele vou me rastejar se necessário, vou fazer com que as células sadias se multipliquem, estarei inteiro em algum tempo e tudo que levarei será a “Amarcord” como Fellini, o diretor de cinema, transformarei o fel em poesia, a dor em melodia, as lembranças em imagens em movimento. Não preciso renascer. Nem preciso estar vivo. “Estarei presente no final dos dias, estarei presente estarei, cantando quem sabe novas melodias que nos seus lábios ressuscitarei”. Há uma grande dor em ser eterno. Mas isso é um grande consolo...

Uma dúvida? Uma resposta! A continuação... Assim são os parágrafos. Assim é a vida. Sem ponto final...

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